sábado, 29 de dezembro de 2007

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

1 comentário:

Pequena disse...

Ei, Maria, vim retribuir sua visita. Amo esse poema também. O dia do aniversário do Cisco é 21 de março, querida. Bom 2008, obrigada por estar sempre por perto. Um beijo.