Cristo Rei
digo o teu nome, Jesus,
e fico com o teu rosto
desenhado no grande
silêncio da Alma –
esse livro onde a vida escreve segredos
com o punho levado pelo Sinal da Cruz.
vieste ao chão deste mundo
para que o trigo desse pão
e da uva, lavada, corresse a luz do vinho –
e chamaste ao pão o teu Corpo,
o Pão da vida,
e pelo vinho ofereceste o teu Sangue,
dentro do Cálice da Salvação.
todas as manhãs, quando te pergunto o caminho,
vejo o teu Calvário
dentro dos meus olhos,
e oiço a tua voz a pedir perdão
para quem condenou
a tua inocência.
tudo o que querias era simples
como um fio de água,
desejos abraçados pelo Pai Nosso
que a gente tenta ir pousando
no coração de cada dia –
o amor, a ternura, a paz
a bondade, o respeito, a igualdade.
quando o teu Corpo desceu da Cruz,
quando tua Mãe o aconchegou
num pano de lágrimas,
o mundo ficou, para sempre,
perto do Céu.
pediste tão pouco com as Palavras
que nos deste.
pediste-nos, apenas,
a nossa palavra de honra.
Emanuel Jorge Botelho
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