“A saudade não tem nada de trivial.
Interfere em nossa vida de um modo às vezes sereno, às vezes não. É um
sentimento bem-vindo, pois confirma o valor de quem é ou foi importante para
nós, e é ao mesmo tempo um sentimento incômodo, porque acusa a ausência, e os
ausentes sempre nos doem.Por sorte, é relativamente fácil exterminar a saudade
de quase tudo e de quase todos, simplesmente pegando o telefone e ouvindo a voz
de quem nos faz falta, ou indo ao encontro dessa pessoa. Ou daquele lugar que
ficou na memória: uma cidade, uma antiga casa. Podemos eliminar muitas
saudades, enquanto outras vão surgindo. A saudade do gosto de uma comida, de um
cheiro do passado, de um abraço. Há muitas saudades possíveis de se conviver e
possíveis de matar. A única saudade que não se mata é a de quem morreu.” Martha
Medeiros
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