segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Chove lá fora.
Na janela ouço a chuva a repetir,
em morse, o teu nome.
A Aldeia parece agora ter apenas a luz do teu sorrir.
E eu aqui,
sentado no chão da lareira,
apenas aqui...
Não me inquiras como estou,
por favor,
peço-te.
Sabes que a tua distância me deixa assim,
amorfo, sem existência,
como se tu fosses a luz do meu coração,
aquele que jorra o sangue que me nutre a alma.
Sem ti quem sou ?
Escassamente um fragmento de vento que se equilibra no caos da solidão.
O joão-pestana não vem,
o teu sorriso sugere fazer-me cocegas no peito como que a pedir para que este louco não se esqueça de ti.
E aí choro,
mais ainda…
eu não vou esquecer-me de ti porque simplesmente tu fazes parte de mim.
Sinto que mais uns dias na solidão da tua ausência e
atinjo o pico da demência,
sinto que as tuas mãos não são mais apenas um pouco de carne de pele macia que me acaricia o ego,
são a âncora que me segura neste planeta do bem-querer.
Sim, amo-te,
tu sabes,
pois já to disse baixinho,
já to gritei,
já o escrevi em tantos lugares,
já to sussurrei com o olhar,
já o desenhei no teu corpo com as marcas do meu suor,
mas sim, amo-te,
mil vezes por segundo,
no sol ou na neve,
no dia ou na noite,
quando estamos juntos ou separados por um oceano,
aqui e aí,
antes, agora e depois.
Sei que a vida é curta,
mas sinto que este amor é eterno.
Sinto que este pedaço de tempo terrestre é apenas um estágio onde justificamos que merecemos um quarto no éden da imortalidade.”
Paulo Costa

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