Às vezes é preciso usar a cabeça e esquecer o
coração.
Às vezes é preciso mudar o que parece não ter
solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta
e apanhar o último comboio no derradeiro momento e, sem olhar para trás, abrir
a janela e jogar tudo borda-fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz
e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para
sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra,
cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e
deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a
seguir esqueça o segredo.
Às vezes é preciso saber renunciar... partir
para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar,
permanecer, construir, investir, amar.
Às vezes é preciso mudar!
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