terça-feira, 15 de outubro de 2013



Da minha vida à tua um tempo se renova, 
um salmo se repete, 
uma claridade alastra, 
o corpo se suspende. 
E o sofrimento se deslumbra.
Da minha vida à tua o relâmpago, 
a ave, a seda, as sombras da floresta, 
se encontram, se perdem, se revesam. 
E os segredos permanecem.
Da minha vida à tua uma só raiz se adensa, 
o pólen nos pertence, 
o sol nos surpreende. 
Os medos se dissolvem.
E os mais pequenos nadas se engrandecem.


Joaquim Pessoa

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